Iniciei minha carreira profissional como “Chefe de Mídia”, coisa que nem sabia o que era, mas decidi ler tudo sobre o assunto e fui ser entrevistado pelo próprio diretor da Saga. Tremia muito, mas aguentei firme toda a entrevista. Ele mandou-me contratar de imediato. Mas durei 30 dias em meu primeiro emprego e fui demitido por incompetência. E eu era mesmo!“Lugar de lixo é no lixo”, propunha a campanha elaborada pelo empresário. Depois de deixá-la sobre a mesa, Alberto Castelo Branco, de paletó e gravata, ficou olhando por uns instantes uns quadros que existiam na parede do prédio da Fieam, onde o prefeito despachava no terceiro andar, horário da tarde, depois das 15 horas. Foi mais ou menos nesse horário que o dono da Saga foi anunciado.
Enquanto o empresário observava os quadros na parede, o prefeito recolheu todo o material que se encontrava sob a mesa e jogou-os no lixo! Para os padrões financeiros da cidade era uma fortuna e Manaus estava vivendo de “pires na mão”.De volta ao que tinha ido olhar e virando-se para o alcaide, como João Furtado gostava de ser chamado, perguntou:
- Cadê o material que deixei sobre sua mesa?
- Eu o coloquei onde ele deveria estar! “Lugar de lixo é no lixo”?, eu o coloquei onde deveria estar: na cesta de lixo. Começou a rir depois!
Em seguida, João de Mendonça Furtado, de quem eu era assessor de Imprensa na Prefeitura, antes da indicação de Amazonino Mendes, que me demitiu, retirou todo o material produzido pela Saga Publicidade, que estava embaixo de sua grande mesa de despachos e o entregou de volta ao empresário.Recebendo e conferindo todo material produzido – e bem produzido, por sinal, sorriu e colocou em sua pasta de novo e levou o fato também na brincadeira!
Mas percebi que Alberto Castelo Branco não gostou muito da brincadeira feita por João Furtado, que acumulava também a presidência da Federação da Indústria do Estado do Amazonas.Lembro- me desse fato para falar do lixo que as pessoas jogam nas ruas e depois culpam o Poder Municipal por não recolhê-lo! A Prefeitura recolhe sim, toneladas e toneladas de lixo diariamente, mas a população volta a sujar de novo.
Mas nem tem como fazê-lo continuamente, porque a Prefeitura termina de limpar e depois o povo começa a jogá-lo de novo: é um copo descartável jogado do carro; um papel de bombom, uma geladeira que não funciona, um sofá que estragado, um aparelho de TV que queimou e por aí vai. De pouquinho em pouquinho, os bueiros, igarapés e ruas ficam entupidas e não têm para onde escorrer toda a água! Isso ocorre em várias capitais do Brasil!. Pessoas jogam o lixo novamente e depois reclamam que a Prefeitura não o recolhe! Mas as pessoas têm que sujar menos também porque esse é um ambiental e nacional e não só local. O povo suja as ruas e depois culpa o Poder Público quando entopem os bueiros e as bocas de lobo.
Fico triste com as enchentes que o lixo ocasiona em igarapés, bueiros, ruas, áreas de baixada! Mas a culpa é só do povo, porque a Prefeitura não joga lixo nas ruas; ela apenas o recolher. Lembrando dessa campanha proposta pela Saga nos idos dos anos 80, a Prefeitura de Municipal de Manaus poderia iniciar uma campanha educativa para que as pessoas não sujem tanto as ruas. Recursos para isso agora ela tem, graças a criação do ISS, pelo prefeito Manoel Ribeiro.
Carlos Costa
http://carloscostajornalismo.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário